Especialidades médicas más felices

Por mais que médicos sejam profissionais, no geral, valorizados, prestigiados e bem remunerados, isso não significa que todos eles se sentem completamente plenos e realizados. Afinal, existem especialidades médicas que apresentam níveis de felicidade maiores do que outras, o que foi mostrado em um estudo de 2018, veiculado pelo Medscape (um portal de notícias do universo da medicina), chamado National Physician Burnout & Depression Report (Relatório Nacional de Burnout e Depressão de Médicos, em tradução livre).

Números dos médicos especialistas que participaram da pesquisa

Com base nas respostas de mais de 15 mil médicos de 29 especialidades diferentes, o relatório aponta que, deste total, 42% dos profissionais revelou ter tido burnout (esgotamento mental atrelado ao trabalho), enquanto 15% afirma que sofre ou já sofreu com depressão. Contudo, desses 15%, apenas 3% assume lidar com depressão diagnosticada clinicamente. Os outros 12% falam em “depressão coloquial”, que seria, basicamente, se sentir para baixo de uma forma mais genérica.

Especialidades médicas mais felizes

Dentre os médicos que participaram da pesquisa, aqueles que responderam com as notas mais baixas para burnout (ou seja, os que menos sofrem com esse problema) foram os especialistas em:

Já aqueles que se avaliaram com baixo índice tanto para burnout quanto para depressão foram os das seguintes áreas:

  • Psiquiatria (8%);
  • Nefrologia (9%);
  • Oftalmologia (9%);
  • Dermatologia (9%);
  • Doenças Infecciosas (9%);
  • Cirurgia Plástica (10%)

Portanto, essas são as especialidades médicas mais felizes, segundo o relatório. Vale ressaltar que essas carreiras médicas citadas até aqui tem menor propensão a trabalhar em condições de emergência, o que ajuda bastante a tornar o ofício menos tenso e estressante.

Especialidades médicas mais desgastantes

Por outro lado, as especialidades com maiores índices de burnout apontadas no estudo são: 

As que apresentaram maior percentual tanto de burnout quanto de depressão, por sua vez, foram: 

  • Ginecologia e Obstetrícia (20%);
  • Saúde Pública e Medicina Preventiva (18%);
  • Urologia (17%);
  • Neurologia (17%);
  • Medicina da Família (16%);
  • Medicina Intensiva (16%)

De todos os médicos que responderam à pesquisa, 14% afirmaram que sofrem com burnout e com depressão. Tanto estes quanto aqueles que sofrem somente de um dos problemas mostram que as especialidades médicas mais desgastantes são as que lidam mais no dia a dia com quadros críticos e de urgência.  

Especificações do relatório (gênero, faixa etária e causas)

O relatório mostra, ainda, que as mulheres estão em maior número dentre os médicos que afirmam sofrer com burnout (48% contra 38% de homens) e que a faixa etária com maior percentual para o problema é a faixa que vai dos 45 aos 54 anos de idade (50%). 

Com relação aos que sentem depressão, a principal causa para o quadro é o trabalho, seguido de finanças, família, relacionamentos amorosos e saúde. A maioria dos especialistas com depressão afirma que a doença não afeta seu trato com os pacientes no trabalho (40%), mas afeta as relações com outros colegas de equipe (42%).

Importância da saúde mental dos médicos

A saúde mental dos médicos é uma questão crucial não apenas pensando no bem-estar desses profissionais, mas também dos pacientes atendidos por eles. Segundo o estudo “A saúde física e mental do profissional médico: uma revisão sistemática” e o artigo “A importância da saúde mental dos profissionais de saúde”, do portal Medicina S/A, médicos que sofrem com transtornos mentais tendem a cometer erros que podem ser irreparáveis. Sendo assim, deve-se mostrar a importância da adoção de medidas contra o adoecimento dos médicos por doenças relacionadas ao trabalho.